segunda-feira, 24 de junho de 2013

Daqui a pouco...no Maria Matos



TIM JACKSON

PROSPERITY AND SUSTAINABILITY IN A GREEN ECONOMY
SALA PRINCIPAL
CONVERSAS


SEG 24 JUNHO 18H30

A conferência será transmitida via streaming em direto através do site: 

Moderador: José Castro Caldas. Doutorado em Economia pelo ISCTE, José Castro Caldas é investigador do CES – Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra onde integra o Núcleo Ciência Economia e Sociedade (NECES) e o Observatório do Risco.  

Um dos temas centrais do trabalho desenvolvido pelo RESOLVE, grupo de investigação em estilo de vida e ambiente, é precisamente a tensão latente entre as preocupações com a sustentabilidade e a demanda pela prosperidade. Esta tensão é notória quando o conceito de prosperidade é baseado na acumulação materialista. Mas até mesmo quando a prosperidade é enquadrada de forma diferente, por exemplo no que diz respeito à qualidade de vida ou às nossas capacidades de desenvolvimento, as estruturas do crescimento económico e os valores do consumismo tendem a levar a sociedade a consequências insustentáveis. Este dilema é uma das bases do livro Prosperity without Growth ― economics for a finite planet. O livro denuncia as dinâmicas do problema, mas também aponta possíveis soluções estruturais.
A conferência incluiu o lançamento da edição portuguesa do livro Prosperity withouth Growth ― economics for a finite planet pela Tinta da China, com o apoio do Teatro Maria Matos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ajudada

O que é uma Ajudada? 

no dicionário está:

Substantivo feminino (de ajudar)

Auxílio que a um lavrador prestam os outros, seus vizinhos, em trabalhos de campo; adjutório, adjunto.

É isso mesmo: um auxílio comunitário, uma mão que lava a outra e ambas lavam a cara. E se aplicássemos isso à economia de uma comunidade? Ou seja como é que uma iniciativa de Transição pode prosperar quando há tanto desespero económico e tantos problemas sociais?
Foi esta a questão colocada em Portalegre no passado fim-de-semana de 14 a 16 de Junho e a resposta foi colectiva. 


O primeiro dia foi dedicada à cabeça. Foram apresentados projetos de comunidade de Portalegre, realizada uma mesa redonda entre teóricos da economia da dádiva, do decrescimento económico e ativistas da Transição como Charles Eisenstein, Gary Alexander, Ana Reis e Anselm Jappe.
O segundo dia, dedicado ao coração (o fator emocional), foi repleto em apresentações, tertúlias, jogos, poesia, música, partilha de projectos, vontades e sonhos. 
No terceiro e último dia da Ajudada, dedicado às mãos (a aplicação visível de tudo o que foi discutido e partilhado), muitas pessoas transformaram um espaço cedido pela edilidade local num espaço limpo, pintado, mobilado e cheio de alma para receber projectos sem casa.

Todo o evento foi organizado e realizado desafiando todas as normas que conhecemos, provando que há algo para além do que conhecemos e que o decrescimento económico não tem de ser algo negativo e mau. 
Parabéns e o nosso muito obrigado à Filipa Pimentel, à iniciativa de Transição de Portalegre e a todos que tornaram este evento possível e que agora depende de todos nós para se tornar "mainstream".

A Ajudada só agora começou...


A ‘Gift Economy’/’Economia da dádiva’ - é a prática de manter um fluxo de dádivas numa comunidade partilhando os recursos e as competências que nela existem. 

Numa economia da dádiva, TODOS têm um papel activo e são valorizados, não apenas aqueles que geram dinheiro, confiando-se no potencial de sabedoria e criatividade que cada um transporta consigo.
Embora a troca, as moedas locais e outros mecanismos possam passar a desempenhar um papel mais importante, o paradigma que se promove neste evento é o da dádiva: a noção de que todos temos algo para contribuir, a compreensão de que através da cooperação todos nos sentiremos mais seguros, confiantes e realizados, ou seja, mais ricos (na acepção mais profunda do termo). A dádiva sempre foi parte integrante da economia comunitária e deveria ter um papel mais valorizado daquele que tem hoje. É este aspecto que queremos realçar e não o desaparecimento total de outras expressões da economia. 

A palavra “economia” é hoje entendida em associação com uma vertente meramente “mercantil”. Deve, no entanto, referir-se que, na sua origem, significa ‘gerir a nossa casa' comum. O dinheiro é apenas um instrumento da economia, mas os eventos recentes têm mostrado que não está de facto a cumprir uma função adequada. Serão necessários outros sistemas de entreajuda, outras formas de gerir as dádivas da comunidade.