O que é a Transição?







Linda-a-Velha resolveu responder a esta experiência social em massa que é o Movimento da Transição, mas de que se trata?

Acreditamos que, após muitos anos de energia barata e abundante, alterámos (estragámos) o mundo como o conhecemos e tornámo-nos completamente dependentes do petróleo.

Sem grandes alternativas para substituir o petróleo barato a curto prazo acreditamos que revoluções vão acontecer e que é necessário prepararmo-nos.

Pegando numa metodologia positiva que permita a redução do carbono libertado e a diminuição do consumo energético ao mesmo tempo dentro de pequenas comunidades em rede pensamos ser possível construirmos um futuro mais sustentável, agradável e sermos mais resilientes (resistentes a mudanças externas). Isto é a Transição.

A Iniciativa de Transição "Linda-a-Velha em Transição" é um processo de comunidade, pro-activo e que está em construção. Venha fazer parte dele!


Algumas questões para enquadrar-se na Transição:

Pico do Petróleo e Alterações climáticas

Muitas vezes conhecido como "O Pico de Hubbert", o geólogo americano que previu o pico da extracção de petróleo em solo Americano em 1971 (e que deu origem à crise económica da década de 1970), o Pico do Petróleo refere-se ao ponto de máxima extracção de petróleo, a partir do qual essa extracção declina.

Hubbert previu que o pico do petróleo mundial aconteceria em 1997, mas a crise energética (e económica e social) que se deu nos Estados Unidos na década de 70, provocou uma diminuição do consumo generalizado adiando o pico mundial. Crê-se que já ultrapassámos o pico entretanto.


O petróleo barato tornou a vida como a conhecemos hoje possível. Mas ao atingirmos o pico do petróleo e apesar das reservas estarem sensivelmente a metade, a extracção do mesmo vai tornar-se muito mais difícil, logo muito mais cara.

Hoje em dia:

 - Por cada 6 barris de petróleo que consumimos, descobrimos apenas 1 novo;
 - Quase todos as grandes jazidas de petróleo estão em declínio;
 - Em 2004 a produção de petróleo atingiu o máximo tendo declinado desde então (o mesmo sinal que no pico do petróleo americano);
 - São necessários 10 calorias de petróleo para colocar 1 caloria de comida na mesa;

Mais aqui (em Inglês)

As alterações climáticas ou climatéricas devem ser dos riscos ambientais mais documentados da história. Muito se tem dito e ultimamente temos testemunhado crises humanitárias relacionadas com as alterações climatéricas: tsunamis, cheias, incêndios e furacões acontecem com maior incidência que em anos anteriores e desde a década de 1990 que aconteceram os 10 anos mais quentes de toda a história.


O degelo das calotes glaciares dos Pólos, as alterações das estações, assim como outras questões são recorrentes no dia-a-dia.

Se virmos as duas questões isoladas conseguimos arranjar algumas soluções intermédias. Mas se analisarmos as duas problemáticas de uma forma comum vemos que só com um esforço concertado conseguimos minimizar os impactos que podem causar.

A vida pós-petróleo será possível?

Tudo o que foi apresentado em cima pode parecer aterrador, mas a visão da Transição é tudo menos pessimista ou alarmista.

A Transição começa por uma transição interior. Se conseguirmos mudar o nosso estado de espírito e focarmo-nos num futuro que queremos melhor, mais feliz, mais próspero e mais resiliente transformamos a era pós-petróleo que se adivinha numa oportunidade e não numa ameaça.

E como fazemos isso? Utilizando a Permacultura como ferramenta vamos começar por consciencializar a nossa comunidade, utilizar a sua força para encetar programas de redução de emissões de carbono e de consumo energético nas nossas facetas diárias e criar um plano de redução energética a longo prazo.

Vamos voltar a aprender competências que se perderam por uma vida demasiado mecanizada (a grande recapacitação), voltar a aprender a não desperdiçar e escolher uma vida voluntariamente mais simples, mas sem perder as coisas boas que temos.

Podemos escolher um futuro melhor do que este presente que vive do medo, da ganância da guerra e que vive do mito do "crescimento perpétuo".

Temos que começar a colocar a nós próprios certas perguntas e responder da forma mais criativa, positiva e capaz:

Como é que uma sociedade com menor consumo energético pode viver?
Como conseguiremos alimentar toda a gente?
Como é que será feito o transporte de pessoas e recursos?
Como é que os negócios que conhecemos hoje se irão adaptar?

Os 7 "MAS"

Como todas as coisas novas, existe sempre uma resistência à mudança. Na experiência colhida pela Rede de Transição existem 7 "Mas":

#1. Mas não temos fundos…
#2. Mas eles não nos deixam…
#3. Mas já há grupos verdes nesta cidade e eu não quero tomar o lugar deles…
#4. Mas de qualquer forma ninguém desta cidade se preocupa com o meio ambiente...
#5. Mas certamente é tarde demais para fazer alguma coisa…
#6. Mas eu não tenho os requisitos necessários …
#7. Mas eu não tenho energia para fazer isso!

E aqui a resposta do movimento da Transição.

Somando isto tudo e fruto da observação de padrões em locais onde a Transição tem mais experiência, foi criada uma lista de 12 ingredientes (já foram passos, mas passaram a ingredientes pois não têm uma sequência concreta para funcionar) para se criar uma iniciativa de Transição:
#1. Estabelecer um grupo para a direcção e preparar sua dissolução desde o início
#2. Aumento da sensibilização
#3. Estabelecimento das fundações
#4. Organização de um Grande Lançamento
#5. Formar grupos de trabalho
#6. Usar Open Space – Espaço Aberto
#7. Desenvolver manifestações práticas visíveis do projecto
#8. Facilitar a Grande Recapacitação
#9. Criar uma ponte com o governo local
#10. Respeitar os idosos
#11. Deixar rolar quando for para deixar rolar …
#12. Criar um Plano para o Declínio de Energia

Mais informação sobre os 12 ingredientes aqui.


O que diz Rob Hopkins, o fundador do movimento nas TED TALKS: